sábado, 2 de maio de 2009

Poesia...

Comentei com a minha prima Claudia sobre esse poema, e resolvi colocá-lo aqui pra compartilhar com todos... Uma vez vi o Lima Duarte declamando-o e me apaixonei... Lindo demais!!!

"O que eu adoro em ti
Não é sua beleza
A beleza é em nós que existe
A beleza é um conceito
E a beleza é triste
Não é triste em si
Mas pelo que há nela
De fragilidade e incerteza
O que eu adoro em ti
Não é a tua inteligência
Mas é o espírito sutil
Tão ágil e tão luminoso
Ave solta no céu matinal da montanha
Nem é tua ciência
Do coração dos homens e das coisas
O que eu adoro em ti
Não é tua graça musical
Sucessiva e renovada a cada momento
Graça aérea como seu próprio momento
Graça que perturba e que satisfaz
O que eu adoro em ti
Não é a mãe que já perdi
E nem meu pai
O que eu adoro em tua natureza
Não é o profundo instinto matinal
Em teu flanco aberto como uma ferida
Nem a tua pureza. Nem a tua impureza
O que eu adoro em ti lastima-me e consola-me
O que eu adoro em ti é a VIDA!"
Manuel Bandeira

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