Hoje foi um dia preguiçoso e quente... No final da tarde, fui aguar o jardim...e isso me trouxe muitas reflexões, e me lembrei de um poema de Cecília Meireles, ao buscá-lo na net para ler inteiro, encontrei essa referência dele, em um livro, de Rubem Alves...
"...Este pequeno poema de Cecília Meireles me encanta, é o resumo de uma cosmol ogia, uma teologia condensada, a revelação do nosso lugar e do nosso destino:
"No mistério do Sem-Fim,
equilibra-se um planeta.
E, no planeta, um jardim,
e, no jardim, um canteiro:
no canteiro, urna violeta,
e, sobre ela, o dia inteiro,
entre o planeta e o Sem-Fim,
a asa de urna borboleta."
Metáfora: somos a borboleta. Nosso mundo, destino, um jardim. Resumo de uma utopia. Programa para uma política. Pois política é isto: a arte da jardinagem aplicada ao mundo inteiro. Todo político deveria ser jardineiro. Ou, quem sabe, o contrário: todo jardineiro deveria ser político. Pois existe apenas um programa político digno de consideração. E ele pode ser resumido nas palavras de Bachelard: "O universo tem, para além de todas as misérias, um destino de felicidade. O homem deve reencontrar o Paraíso." (O retorno eterno, p 65)."
Que ele aplica a política, mas pode ser da mesma forma aplicada à nossa vida, aos nossas atitudes ou às nossas omissões... Precisamos plantar, para que possamos colher, isso é lógico e natural!!!
